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Can​ç​õ​es N​ô​mades

by Rio Sem Nome

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1.
2.
pense em quantas gerações foram até aqui se hoje eu sou e você não o que isso quer dizer? não há regulado em viver sempre como se você fosse igual a mim
3.
Deserto 04:11
abre a porta nesse vento solar a sua voz deixa o frio entrar e o deserto de dentro da terra pode ver o rio em nossos pés
4.
há anos as gerações não reconhecem as estações e o sol castiga os magros corpos a dormir na rua quando as leis da terra mudam e o sangue da gente também e é hora de destruir todas as leis do homem
5.
Tiradentes 06:38
Os galhos dessas árvores não crescem em nenhum padrão as ruas da cidade também não você correndo sem saber praonde ir os trilhos no escuro são pro chão ver as estrelas se lembra como a gente era um grupo só? a se perder e se encontrar no passo torto e o corpo quente e o chão e o céu raiou um grito, um susto o sim e o não e o corpo foi sem ter o que dizer como a vila que fizemos sem saber e a noite me pergunta o que seria de nós se isso não acabasse nunca mais
6.
Exílio 05:34
Acho que te deixei morrer sem volta dessa vez acordei numa encruzilhada sem meu corpo e às vezes ainda sinto falta das noites em claro mas tudo é só a luz se você deixa de separar as estrelas e a lua seus olhos e os meus do céu (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora) (vai embora)
7.
Mapa 02:32
peguem suas coisas, se tiverem partimos ao nascer do sol de amanhã pra outro lugar no tempo de reis que se disfarçam de plebeus longe da maldade vamos pra além da humanidade morar com os cães nas terras sem senhor os amores que encontrei nunca tiveram minha dor
8.
Domingo 05:18
desde quando ficou escuro aqui? vocês foram e eu nem vi (embora) sobrou pouco quase não dá pra respirar mas eu canto que é melhor do que dormir desde quando ficou escuro aqui? vocês foram e eu nem vi (embora)
9.
10.
11.
a casa foi ferida eu vejo a cicatriz nas minhas pernas o cão olha pra mim como se nós nos conhecêssemos de algum outro lugar eu acreditei na inocência mais uma vez ~~~~~~~ nossa pele se desfaz se apaga como mapas de muito tempo atrás talvez eu deva me lembrar de como deixar de ser ~~~~~~~~~ as memórias incrustadas no seu corpo "será que você quer morar comigo?" eu tenho o medo mais sagrado que é amar tudo que nós poderíamos ser os nossos pais nunca disseram da loucura nem do caminho perigoso de ser só os nossos ossos não sabem como viver num mundo sem futuro e eu não quero conquistar nenhum dos reinos nem dedicar uma canção pra um amor eu só quero ser como os dentes do cachorro que cortam o mundo sem um pingo de razão (o seu destino já cortou o que era meu) e o paraíso é quando a terra aceita nunca mais se defender

about

As ultimas semanas me fizeram pensar muito sobre a morte. O moinho que gira nossas vidas inteiras, e que nos recusamos a ouvir... O que é que realmente tememos nela? O que é que odiamos tanto, que inspira em nós tanto medo e que conhecemos tão pouco? Os xamãs e os pajés são vistos como aqueles que transitam entre os dois mundos: o dos vivos e o dos mortos. A existência como viagem; partida e chegada. Mas se nós, do lado de cá, temos tanto medo de partir, como chegar a algum lugar? Vivemos hoje num mundo só; inventamos portos seguros, casas. Mas a vida é ir e deixar ir. O Rio Sem Nome nasceu numa viagem. Ele nasceu da morte, cantando a morte. Talvez por isso a música ainda seja uma das nossas formas preferidas de lidar com o morrer e as despedidas: porque cantar na morte é deixar-se aproximar dela. E precisamos nos aproximar da morte, como de um ancião de muito respeito e sabedoria. Cantar, como viajar, é morrer um pouco. Morte é Movimento. E a arte de viver também é a arte de saber morrer. O nome disso, de alguma forma, creio, é Nomadismo. O ser humano é um nômade por natureza. Cantamos o passado e o futuro; aquilo que já não podemos tocar e aquilo que ainda não podemos. Tudo chega cedo ou tarde demais. Foi abandonando a minha casa e a segurança que eu aprendi a não ter tanto medo do movimento das coisas; e foi assim que aprendi a viver. Canções Nômades é um pleonasmo: porque cantar é abraçar a morte dentro da vida, a vida dentro da morte. Por isso as canções nos acalmam no luto.

Hoje é meu aniversário. Completo 23 anos. Aos 4, me lembro que pela primeira vez chorei com a percepção da morte. Ela anda de mãos dadas, com o movimento e com a vida. Decidi me dar de presente o nascimento desse disco, em dias de tantos lutos e movimentos tão intensos. Peço que esse seja o meu presente: que cantemos mais para os nossos amores, ainda que seja sobre o movimento, sobre tudo que vai e que parte. É isso que peço, é isso que ofereço. Cantem para os seus amores e movam-se, sem medo de existir.

credits

released September 6, 2017

Para Jujs,
Rafael,
Riacho sem Nome,
Clube da Esquina,
e todas as pessoas que já amei.

Muito obrigado, Fernando, Fábio e Diego, pelas opiniões musicais.

À Pedreira Prado Lopes, e ao IAPI, à minha vó e a sua casa tão gostosa, pelo cenário da capa.

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